segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Última Parada 174



Última Parada 174
Última Parada 174 (Brasil/2008)

Última Parada 174

Direção: Bruno Barreto

Roteiro: Bráulio Mantovani

Elenco: Michel Gomes (Sandro), Cris Vianna (Marisa), Marcello Melo Jr. (Alê Monstro), Gabriela Luiz (Soninha), Anna Cotrim (Walquiria), Tay Lopes (Jaziel), Douglas Silva (Patola), Rafael Logan (Meleca), André Ramiro (Policial negociador), Alessandra Cabral (Geni), Teresa Xavier (Selma)

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Duração: 110 min.

Gênero: Drama

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"Quem não tem nada a perder não sabe quando parar."
Desde a tão aclamada Retomada do cinema nacional, os dramas sobre a violência urbana nas grandes cidades brasileiras têm sido centrais. “Cidade de Deus” definiu o gênero; o recente “Tropa de Elite” renovou mostrando um novo ponto de vista para a questão; e várias produções se acomodaram entre estes dois ícones da cinematografia recente. Muitas produções, apesar de não terem alcançado o prestígio daquelas supracitadas, trouxeram elementos novos ao gênero, mantendo a questão social e a criatividade do cinema brasileiro vivos. Este não é o caso de “Última Parada 174”. Perdido nesse gênero tão explorado, o filme de Bruno Barreto consegue ser surpreendente apenas em sua capacidade de ser absolutamente igual a todos os outros.
Tudo bem que “Última Parada 174” tem seus méritos. Trata-se de algo mais que uma ficção, misturando elementos de uma realidade dolorosamente próxima ao remoer o chocante acontecimento do ônibus 174 e também da chacina da Candelária. Também ganha pontos ao adicionar elementos de ficção que constroem e aprofundam o jovem que tomou de refém uma linha de passageiros na zona sul do Rio. O elenco também foi bem escolhido, com Michel Gomes, o jovem da comunidade de Padre Miguel que interpreta Sandro, roubando a cena no filme (também merecem destaque as atrizes Anna Cotrim e Cris Vianna). Mas enquanto em “Última Parada 174” a ficção serve para enriquecer a história desta personagem, ela também serve como desculpa para um melodrama digno de novela das oito. E aí se encontra o grande problema do filme. Em especial ao mostrar a relação de Sandro com uma ONG que serve comida para os garotos da rua, a história se perde em lições de moral, segundas chances e a oportunidade de sair da vida de crimes e drogas. Pelo menos o filme evita o moralismo barato e tem a coragem de mostrar Sandro como um bandido viciado que toma a decisão de continuar na vida do crime mesmo com as oportunidades que lhe são oferecidas. Em “Última Parada 174” não é a sociedade que fez Sandro puxar a arma naquele ônibus, foi ele mesmo e o filme merece palmas por isso.
Tecnicamente não há grandes destaques no filme de Barreto, que segue uma edição simples e sóbria. Um detalhe que chama a atenção foi o uso de câmeras de televisão para as filmagens externas na seqüência do seqüestro do ônibus, recriando as imagens vistas pelos brasileiros na televisão. Enfim, trata-se de um filme bem produzido, bem atuado, mas totalmente comum. Coço a cabeça tentando descobrir porque ele desbancou tantos trabalhos mais relevantes em nossa indicação ao Oscar 2009.

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É O QUE TEM PRA HOJE: "POUCO PAPO E SÓ... SU-CEEEEEEES-SO!!!"



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